sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Do engate ranhoso / Contos de Palma de Maiorca #2

Ainda me faz um bocado de confusão ter ficado solteira de um dia para o outro. Isto porque não teve grande explicação e foi do nada, então nem houve a fase do "oh porra que isto vai mesmo com as urtigas". Voltar à vida desacompanhada é estranho e eventualmente, volta-se também a enfrentar situações que não eram tão frequentes. Uma delas é encontrar homens com a mania que são engatatões.

Nestas férias, fui brindada com tal situação vinda de um empregado do hotel. Como estava sozinha a almoçar, meteu conversa a perguntar de onde era e tal. Tudo normal até aqui, uma conversa que durou nem 2 minutos. Ao jantar, esse mesmo senhor vem ter comigo a dizer que tinha ligado para o meu quarto durante a tarde só para saber como estava e se queria ir tomar uma bebida. Eu devo ter ficado pálida. Como raio é que ele soube em que quarto estava?! E pouco depois, ainda veio com a conversa que saía às 23h e que queria falar comigo durante 5 minutos. Escusado dizer que o mandei dar uma curva, mas que fiquei um bocado assustada com o nível de stalker assim logo ao fim de umas horas de me ter posto a vista em cima.

As coisas acalmaram mas uma das melhores pérolas foi ter visto que estava a ler um livro e ter dito que era muito bonito e romântico. É importante dizer que era o "The Girl Who Played With Fire" do Stieg Larsson. Chorei baba e ranho, tamanho é o romance... OU NÃO.

Ainda bem que não quero nem pensar em estar com alguém, mas preocupa-me que isto ande tão fraco, que uma rapariga sozinha signifique que quer festa e que nem se esforcem por tentar um engate inteligente.

1 comentário:

  1. Vou contar-te a história da macieira (vi no outro dia no facebook):

    Em cima estão as maçãs boas (nós, as mulheres com dignidade e respeito por si mesmas); em baixo, nos ramos mais inferiores da árvore, estão as maçãs podres (nem preciso de descrever que mulheres são essas).

    Como os homens têm por hábito agarrar logo as podres, por estarem mais à mão e não ser preciso muito trabalho para as conseguir apanhar, depois tratam da mesma maneira as maçãs boas.
    E poucos são os homens que sabem distinguir uma maçã boa de uma podre, por isso poucos são os homens que sabem como nos tratar, a nós, as maçãzinhas boas.

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