segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Não estou disponível para casamentos, baptizados nem bar-mitzvah.

Quase sem dar por isso, a descrença escancarou as portas e sentou-se (des)confortavelmente no sofá. A verdade é que o meu ralo de banheira não tem pujança para aguentar esta selva. São demasiados desencontros ao mesmo tempo. O erro crasso de julgar os outros por mim. A pessoa errada a fazer tudo da maneira certa. Levar um soco de realidade ao ver claramente as sequelas, todo um pesar e um não conseguir desenvolver. Um limbo estranho, em que sou o bicho raro que joga limpo sem nenhuma carta na manga. E no fim, sou a má da fita. Para mim ou para os outros. Fechou o tasco, encostei às boxes. 

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O meu humor é tão incompreendido...

E já não posso arrotar postas de pescada por não mandar mensagens quando bebo uns canecos a mais.
Se alguém estiver farto de ter juízo, apite que eu compro um bocado.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sem meio termo.

É óptimo que saiba escrever e falar português decentemente, partilhe alguns gostos, tenha um humor mordaz e um palmo do que quer que seja que nos desequilibra. No momento certo, nos encoste a uma parede, nos descabele e mande às urtigas todas as dúvidas tipicamente femininas se é boa ideia nos metermos em semelhante alhada. Mas não há nada mais desinteressante num homem do que a incapacidade de lutar por uma mulher. Aquela dormência de quem não quer ter trabalho porque atrás vem mais uma ou a insegurança galopante do que pensa que atrás dele também vem mais um e se calhar, ela vai achá-lo melhor. A vida de casino em que as apostas só são feitas ao de leve, nada que faça estremecer os alicerces. Ou a vida de forreta, que nem joga a melhor cartada porque já se acovardou com a possibilidade de não ganhar. 
Apostem tudo ou passem.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

You can take a girl out of tendinha, but you can't take tendinha out of a girl! ( sim, em inglês soa tudo mais bonito. E bonito, bonito são os quiii... são as pirâmides do Egipto )

Não tenho paciência para me levar a sério, quanto mais aos outros. Por isso, a modos que portántos, bons clássicos rockeiros, parvalheira e o resto pode ir morrer longe. Agora é atirar-me ( qual peixe fora de água ) para o meio de peles chamuscadas de solário, extensões e madeixas levadas ao extremo, calças de couro, biceps do tamanho da minha cabeça, voltas de ouro sensuais com nosso senhor, empregadas que ignoram quem não for da realeza das unhas de gel, homens (?) com menos pêlos no peito do que eu, entre outras preciosidades que podia continuar a carpir. É neste momento que penso "raios me fodam e a mania de ir mudar de ares". Mas há que tentar manter o espírito do fail better.Vou ali afogar as mágoas em pepperoni e nutella ( em separado, claro... lavajona mas nem tanto ). Também as afogava no Jemaine, que ele tem a escola toda. Aprendei, infiéis!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tááá béééééénnnhhhee.

Até estou no meu canto, encostada às boxes naquela de não me chatear a menos que valha a pena o trabalho. Agora não posso ler badalhoquices e ficar impávida e serena, qu'ésta merda? Decido dedicar-me a Deus Pai, não fazer filmes levianos com o Colin Firth em que o barro em nutella e... ( esforço para não divagar... ui ) nem com outros espécimes barbudos da plebe e depois sigo blogs que nos últimos dias, só falam sobre sexo oral ( e amor, mas essa espinha ponho na beira do prato... claro está ). Nada desta bida, NADA! Assim, uma mulher não sossega. 
Concordo com a ideologia em questão: é bonito acordar pessoal abocanhando o calipo ou passando o corredor a pano. Verdade que é coisa bonita de ser feita com parceiro certificado e treinado na arte de descodificar os espasmos e tremeliques de perna. Há por aí muita gente que pode aproveitar essa situação ( e mal dos que não o fazem, ora porra ). Depois há os pobres e abandonados que anseiam por uma conversa matinal e não um monólogo ( se isso é sequer possível, que não considero tirar costelas e não andei na ginástica acrobática ). Tenho para mim que a culpada disto ( cof cof, Nervosa, cof cof ) devia criar um movimento do género speed dating, mas para fellatios e cunnilingus. Fazer serviço comunitário e juntar as almas perdidas que não estão a trocar bitaites matutinos. Isto tudo claro, com burocracias do tamanho de França: análises certificadas da saúde púbica ( e geral ) de cada utente, preferências, currículos onde figurem licenciaturas e mestrados concluídos, localização geográfica ( da pessoa agarrada à dita buceta ou vergalho, que não saber onde ficam os orgãos mencionados ainda agora é direito a ser logo expulso da seita ), dicas, informações úteis e mais uma batelada de tópicos para garantir higiene e qualidade. Pode ser que haja mais parvalhões e parvalhonas a acordar de bem para a vida, que a crise é fodida.
Dito isto, terei todo o gosto em apresentar a minha candidatura mas antes tenho de ver se sigo o conselho de uma amiga e compro qualquer coisa para desbloquear a área. Sob pena de acontecer algo deste género:
Ainda descubro onde pára a bola de Pilates e que não perdi aquela camisola e que o Elvis afinal não morreu e estava só escondido ( parece-me que a meio da noite ouço uns "love me tender, love me trueeeee...." vindos lá das profundezas ).  Portanto, é imperativo ir limpar as teias de aranha. Atentem que não usei o exemplo do Indiana Jones por acaso, é a dar aquele toque subtil que gosto de gajos aventureiros, morenos e com barba para me fazer comichão nas coxas. 
Pronto, agora bora ficar muito escandalizados que ter humor é uma coisa horrível.

Costumo avisar, não acreditam. Mas sou uma tipa honesta, pá. Valha-me isso, não faço publicidade enganosa.


E é sexta, aleluia irmãos!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"Because I worked, I cursed and I tried. And I said I could change but I lied."

É curioso como uma música nos encontra, no momento certo. Londres era um deserto cheio de gente, comigo a arrastar-me entre trabalho e programas culturais. A minha cara não fazia sentido, branca como cal, os olhos envidraçados e baços. Estar ali ou noutro sítio qualquer era-me indiferente, o piloto automático ligado num sorriso conveniente e vazio. Ainda não tínhamos esgotado os créditos, mas era uma questão de dias. Não via nada pelos meus óculos escuros de desilusão e descrença. Perguntei-me tantas vezes quando é que isso passaria, quando é que dormir não seria melhor do que estar acordada. 
Os meses correram e Londres voltou a chegar até mim. Comigo a saborear o Hyde Park, a saltitar pelo metro e a ler os poemas nos cartazes. A trabalhar até os pés me chamarem nomes, a ansiar o almoço rotineiro em Camden. Os dias passaram ligeiros e assolou-me que já não me lembro muito de ti, que me passas em relâmpago pelos pensamentos e desapareces tão rápido como apareceste. Que no fim de contas, o que dói é a maneira e não o resultado. Sei que contavas que tivéssemos direito a mais uns episódios. Alguém como eu não ia desistir facilmente, ia contra a minha natureza obstinada. Deixei de te conhecer. E logo eu que pensava que também nunca ia mudar, menti. Naquele momento, percebi que se era isso que querias, era isso que te ia dar como sempre. Que já não ia aguentar dores que não nascessem em mim, que a miúda com bom humor e tendência a adoptar problemas alheios estava esgotada. Já não era uma miúda, mas uma velha caquética, que tinha de sair da cepa torta enquanto ainda não precisava de andarilho. Que ou corria ou morria. Mesmo agora sabendo que não o esperavas e que provavelmente te arrependeste, não importa. O tempo passou e trouxe-me revolta, amargura e depois sofreguidão. Trouxe-me pessoas que me tiraram da dormência (in)voluntária, que me esmurraram um pouco mais os joelhos e me mostraram o pequeno monstro que habita em mim. Como explicar(-me) o não gostar, o não ter em quem pensar no final de um dia? Tudo ramificações novas de mim. Mas tu tens finalmente o teu lugar, numa gaveta cada vez mais poeirenta. Não a abro muitas vezes, já não tenho necessidade de comtemplar as medalhas dos meus fracassos. Mas mais que tudo, quero que saibas que não te quero bem nem mal. Não te quero absolutamente nada e isso é algo que só pode acontecer quando não se deseja.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Então é mais ou menos assim.

Gaja que é gaja tem a parte emocional e a racional ( atenção eu disse gaja, não disse aspirantes a ). Sendo eu toda gaja ( pelo menos da última vez que confirmei ), isto anda um arraial do caneco. Vamos então atentar no exemplo: o gajo todo ya-ma-mén, tenho tattoo no pescoço mesmo à gangsta shit e uma pêra com uma trança ( um bocado apaneleirado, eu sei ) é o meu cérebro. Já se meteu numas rixas, levou facadas, usou calças abaixo do cu mas não quinou a la Tupac porque teve sorte. Ficou com valentes sequelas ( a pêra e também o collant enfiado na tola ), tem tendência a ser violento mas ao menos, não tem aspirações em ser MC. Já a tipa são os restos que trago aqui no peito ( e não, não estou a falar das favas com chouriço se bem que até marchavam, já que daqui a nada é hora do comer ). É parola ( que merda de camisa é aquela? Argolas com capacidade para equilibrar papagaios? ),  tem grande prateleira ( leia-se bagagem sentimental, seus porcos ), é roliça ( aqui já entram as favas aliadas a já estar cheia de levar com merdas alheias ) e fritou o circuito. Em resumo, o meu cérebro atesta um grande milho no meu ( porra, não consigo dizer coração que acho que não tenho disso... só um momento... eerrrr... ) ralo de banheira ( graficamente adequado, buracos e resíduos ) e diz: "Yo, represent... deixa de ser pomba e snifar pó de talco". Isto em loop. E avé que é sexta-feira.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Já encontrei os comprimidos.

A Sô Dona Rita deve ter feito macumba que proferi estas palavras, em contexto laboral: "Não se preocupe que eu ainda tenho os três!". E não, não consegui conter o riso. 
Tenho de me dedicar ao crochet, à decoupage, a depilar os sovacos, a arranjar amigas que não gozem com os pobres e não me façam ouvir "Lapada na Rachada" ou "Senta que é de menta"... ou em querendo mudar mesmo de vida, ingressar no clube das (re) virgens e dedicar-me a Deus Pai. 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Desta vez, quero tudo e tudo o que eu quero não vai chegar.


A simplicidade de estar confortável. O saber mútuo. Um toque ao de leve, com a intensidade certa. Um peito onde deitar a cabeça, que me lembre que não fumo mas que me faça ter vontade. Um afago no cabelo e um beijo roubado, demorado. Um olhar a que queira fugir, mas não consiga. Que me dêem a volta, comigo a ver e a acenar em forma de aprovação. Um corpo onde me perder, que me fale aos sentidos e me faça esquecer que é dia lá fora e noite cá dentro. Degustar as possibilidades, como se fossem um bom vinho e não uma mistela de tasco. A capacidade de ser vulnerável, num desequilíbrio tão calmo como intenso sem pensar muito se vou sair mais ou menos amputada de alma. Palavras, boas ou más mas verdadeiras. Adormecer com o diafragma a rebentar ou cair na cama como uma miúda. Sim ou sopas. Olhar à volta e sentir que há alguém que me faça sentir um terço disto. Não há. E num dia como este, uma manta, esta música e esperar que o sarcasmo volte rapidamente e em força.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

E mai nada.

Vamos lá repôr a ordem no Universo #2

Não comecem logo a afiar as facas e a imaginar-me pendurada à leitão pronta a ser queimada viva ( agora todos juntos: "Infiel! Meretriz! Quenga!" ). Saí da linha do comboio antes que ele me passasse por cima ( metáfora gira, certo? ). Isto não quer dizer que aquela deslocação de ar não me tenha deixado um bocado banzada e despenteada. Mas os danos estão controlados. Agora perdoem-me enquanto me vou vestir de Russell Crowe no Gladiador, arroto e digo sensualmente: At my signal, unleash hell!


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não, não quero.

Estava a precisar de uma ensaboadela mental gigante e não há nada que pague ter um amigo disposto a falar abertamente da vida nas trincheiras do inimigo. Sem merdas, sem paninhos quentes. Alguém que diga as coisas como são. Que me faça a simples pergunta: "Mas tu queres mesmo ser essa pessoa?". Puxar o remo atrás e mandar valente estalada psicológica. Não gosto do que estou a ouvir? Problema meu, alomba. Ora porra, é preto no branco. E o meu problema foi ( é? ) falta de traquejo, estar enferrujada na arte de ser cabra.  
No meio do consultório sentimental, é delicioso ter a leitura masculina dos acontecimentos. De me decifrarem aquelas pequenas coisas que pensava serem pão pão e são queijo queijo. Pensar "Ah, gatuno!" e rir-me imenso a reconhecer o quão básico é. E por outro lado, perceber que não somos só nós ( gajas, diga-se ) a querer umas palavras. Mas ninguém quer dar o passo, ninguém quer pôr-se a jeito. A não ser para aventuras libidinosas, que se isto começa a ficar confortável é logo despedimento por justa causa.  

E obrigadinha a vossas entidades blogosféricas que me andavam a incentivar à libertinagem lamechas . Agora que deu merda, nem um pio e desaparece tudo. Cambada do demo!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Carta a uma pessoa muito parva. Ou seja, a mim. Ou é a acalmar o arraial, não lancem confetis e suspendam o fogo de artifício que o gajo é mesmo uma grande besta quadrada. E sim, digo muitos palavrões e não sou boa influência para crianças pequenas e grandes.

Josefa Antónia ( lá se foi o mito urbano e mistério em torno da minha identidade ),

É aconselhável andares de cabeça baixa nos próximos dias, sob pena de não passares em portas por causa do tamanho dos cornos com que estás. Também é boa ideia manteres a tua caminhada matinal pela marginal para ver se gastas energia. Sei que, neste momento, desejas ardentemente ir correr como se não houvesse amanhã, enquanto gritas "Pito, cona, mamas!!! Raios me fodam... NADA DESTA BIDA, NADA!!!". Não te metas nisso, a vizinhança já acha que não fechas bem a tampa e não vale a pena assustá-los mais. Mas se quiseres ter um momento autista a grunhir e a balançar-te, despacha logo o assunto.  Contrariamente ao normal, não queres comer três alheiras com molho de francesinha e isso é óptimo. Mantem essa atitude, o teu rabo vai agradecer-te. Lembras-te daquela frase que tanto gostas "I had more sense than that, but after 2 a.m. my good sense was fast asleep"? Agora já compreendes a razão e como se aplica tão bem à tua ignóbil pessoa. Está provado quase cientificamente que quando queres uma coisa, é certo certinho que assim é que não a vais ter. Tenta dar ares budista a ver se da próxima passa. Tira as palas dos olhos. Em vez de perder tempo a dizer a tua idade não sei quantas vezes porque ninguém acredita logo, assume que tens entre 18 e 20 anos e despachas o assunto. Não te chateies com homens com idade para serem teus avós, ainda acham mais piada. Confia no teu instinto ( eu sei, eu sei... não és nada gaja destas merdas piriri, mas... ), confia mesmo no teu instinto. Se algo te diz que vais arranjar lenha para te queimar, não te atires para a lareira. Nunca, mas nunca ( já disse nunca? ) substimes a capacidade dos outros te desiludirem. Já viste muita merda, mas há sempre um novo modelo a sair. Não te martirizes, mas pára de julgar os outros por ti. Não tentes perceber porque é que há pessoas que têm necessidade de criar cortinas de fumo, há quem não queira algo bom e tenha medo de o admitir. Dança mas tenta não ficar com o rabo à mostra. Mojitos podem parecer uma solução óptima para tudo e não está longe da verdade. No entanto, tenta não te perder quando vais buscar o enéssimo. A tua bexiga é de uma velha de setenta anos. Claro está que menos líquidos melhoravam imenso a sua condição. Congratula-te até à exaustão ( acende velas, afaga-te o cabelo e dá-te lapadas no cachaço ) por não mandares mensagens quando estás com os copos. Por não teres estragado uma grande música com uma pessoa pequena. Essa música é para as TUAS pessoas, aquela conjugação astral de parolos. Quando confrontada com prova irrefutável, dá meia volta sem um pingo de atenção. Mojitos ( mais uma vez ) aliviam o sufoco. No entanto, começa a ser imperativo uma dosagem adequada para não reproduzires diálogos da Floribela alternativa ( "Um, dois três.... PIIIIIIRRROOOOOCAAAASSSSS!!! Um, dois, três...... tôôô lôôôca!" ). O "anda cá que tens ar de quem sabe a frango" também não é muito adequado, ainda te lixas. Percebe ( sem ir bater com a tromba na parede ) que a Lei de Murphy é fodida. É que se pode correr mal ( e então, contigo ), todo o universo se alinha para que corram várias coisas mal ao mesmo tempo. Em vez de estares a tentar pôr juízo na cabeça da amiga, verifica que as portas do carro ficam mesmo fechadas. É que ficar sem o ipod e a bolsa com as pinturas rupestres para a fronha é para estragar o domingo e mais uns dias. A menos que te prostituas ( e mesmo assim, quiça ), o dinheiro não chega para estas brincadeiras. E se mesmo assim, já pensas que ainda faltam tantos dias para o fim de semana é porque tens de ir dormir. Não penses, pá. Não era para ser. O dróóóógado que te gamou vai ser mais culto a nível musical e muito mais atraente com maquilhagem à traveca. Não é pessoal, não é. Não colecciones dores, é só um mundo em que não te movimentavas tanto. Passa. O resto passou, certo? Então, isto passa a correr. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não aconselhado a quem não tenha pachorra para confusão. Em grande escala. Mas tinha de cuspir qualquer coisa, ora porra.

Tentei convencer a minha sanidade mental a voltar mas quer o divórcio. Como diz o Miguel Esteves Cardoso, "se vir um sentimento, como-o". São coisas virulentas e já não tinha uma praga destas há algum tempo. Meti na cabeça que consigo fazer isto, que controlo relativamente bem as alhadas em que me meto. Não deixa de ser verdade. Sou uma valente besta e quando a vida me cruza com espécie semelhante, é tranquilo. Se fosse alguém minimamente normal, tinha azar porque sou marmanja para lixar logo tudo e fazer dela uma besta acabadinha de nascer, off to destroy the world.
É muito mais fácil não criar expectativas, mostrar logo o pior para não dar azo a reclamações. O jogo estava na mesa, agora não te queixes. Não há cá ficarmos vulneráveis, isso é coisa de parolos. Na teoria do bate boca, tudo óptimo. Na prática, o caldo entornou-se. Claro que a probabilidade é seres bom actor e achares que me estás a enrolar sem dar por ela. Não estás, ainda não decidi é cair na esparrela. A verdade é que prefiro pensar assim, que não serás grande espiga. Que és feio, porco e mau. É mais seguro e insisto em tentar não me lembrar de certos pormenores. Apanharam-me desprevenida e isso é meio caminho andado para dar merda. E pior é ter ficado com a impressão que te aconteceu o mesmo. Não ouve a piada fácil na viagem de regresso, nem sequer a troca de mensagens sarcásticas do costume. Silêncio. Não é natural o gato comer-nos a língua. Não se perde uma oportunidade para achincalhar.
Anda meio mundo a foder o outro meio, no sentido literal e figurado. Poucos quebram a corrente. Mas roubando o Manuel descaradamente ( hoje estou com sério ataque de cleptomania ), quero a mensagem ao acordar, a mensagem à hora do almoço, um "estou a pensar em ti" à hora do lanche e um convite para jantar, seguido de sexo escaldante não necessariamente lamechas. Quer dizer, nem sei se quero tanto mas quero parte e não admito isso em voz alta. Se calhar, amanhã já nem quero. Sou uma besta, perdi a espontaneidade deliciosa de me deixar ser vulnerável e amputaram-me o impulso sentimental. A carapaça está cá, o sufoco também. Se me transformei nisto, não posso esperar tréguas do outro lado. Tenho as palavras racionadas e a certeza que as nossas bocas serão um túmulo. Pelo menos, até se encontrarem outra vez.

Não consigo escrever nada coerente. Já perdi a conta das vezes que tentei fazer sentido. Raios me fodam.

Roubado descaradamente a esta senhora.